sexta-feira, 4 de março de 2011

Como a ultima que conheci.

Aconteceu o que vinha ah muito evitando, mesmo passando varias noites casuais com varias mulheres, só fazia isso por ter certeza do não-sentimento na relação. Mas aconteceu novamente, da forma com que não dá para voltar atrás


Estava estacionando meu 964 na loja de bebidas que tem perto de minha casa quando percebi que as pessoas que estavam no carro ao lado olhavam para mim - ou pro meu carro, o que eu achei mais provável — então sai do conversível e fui em direção a porta da loja de bebidas, a fim de renovar meu estoque de gin e cachaça brasileira que havia acabado na ultima vez que uma das minhas amigas foi me fazer uma visita e acabou dormindo comigo. Então antes que eu pudesse chegar perto da porta principal, escuto alguém chamar, mais ou menos da direção de onde estacionará meu carro.


— John! Agora é assim que você trata suas amigas?


Quando olhei, a amiga causadora de ter de reabastecer minhas bebidas se encontrava fora do carro que estava estacionado do lado do meu, caminhando em minha direção, falando alto, abrindo os braços para que abraçasse, e eu o fiz.


— O que faz por aqui tão cedo John? seu alcoólatra! Só assim pra você acordar cedo.

— Nada demais, só vim repor o álcool você queimou feito motor de carro norte-americano nos anos 50. E você está fazendo o que sozinha pela área?

— Só assim pra você acordar cedo desse jeito. ah nada, uma amiga minha quer fazer uma festinha, sabe, viemos comprar algumas coisas e já estamos voltando pra casa dela.

E ela apontou para o carro, como se fosse combinado para que sua amiga saísse ao comando. e a amiga saiu. Branca, cabelos mais do que dourado, ofuscando de leve o brilho do sol, alta, veio jogando o cabelo para traz, talvez na esperança de arruma-lo, e ajeitando os óculos escuros aviador. Enquanto chegava mais perto de onde nós estávamos, ela tirou os óculos escuros, com os olhos semicerrados por causa do sol de uma hora da tarde, continuou chegando perto, a medida com que se acostumava com a luz. E então percebi seus olhos, e que olhos. Eram como uma luta entre um tom de cinza esverdeado querendo quebrar o azul que mesmo assim predominava em seus olhos.


Há muito não havia acontecido isso comigo, esse interesse repentino por alguém que ainda não conhecia. Na verdade desde minha ex. que me trocou por um cara qualquer que, ao contrário de mim, escondia a maioria das verdades que pensava, o que torna qualquer relacionamento mais confortável, não verdadeiro. E eu ali parado, depois de tanto tempo, vendo uma sena que já sabia aonde, provavelmente iria parar.


— John... Essa é a minha amiga que eu te falei, Sophia.

— Ótimo, um belo nome se quer saber - cumprimentei-a apertando sua mão - só espero que você não tenha aspiração a biscate como a ultima Sophia que conheci.


Por incrível que pareça, essa Sophia riu, se divertindo com o que havia falado.


— Sophia, não leve tão a sério as coisas que o John fala. - e então virou pra mim, me lançando um olhar de desapontamento que fez murchar meus testículos - Johnny, Ainda com esse rancor por sua ex?

— Claro que não, de qualquer forma, pelo visto foi melhor pra ela.

— Que tal chamar o Sr. Moody para nossa festinha, ele poderia rever os conceitos dele sobre Sophias


Disse a Sophia que ignorará meu comentário sem levar para o lado pessoal, rindo, se divertindo com a situação.


— Claro, porque não? Será bom para o velho Johnny sair no sol, tirar esse cheiro de guardado.

— Por que não?

— Então — a loira, Sophia, pegou minha mão e tirou uma caneta da bolsa e escreveu um telefone, uma data, e uma hora. — Esse é meu telefone, me ligue na data e nessa hora, que explicaremos como chegar aonde estivermos.


E então piscou o olho esquerdo, enquanto recolocava os óculos e voltava ao carro. Concordei balançando a cabeça meio aleatoriamente. Então minha amiga a seguiu acenando de longe enquanto entrava em seu carro. Ainda estava desnorteado com aquela Sophia, que de repente, me inspirava de várias maneiras diferentes.


Comprei minhas bebias e fui até o caixa, então meu celular dá um bip. O pego, e vejo. Uma mensagem recebida.


" Johnny,

Algum problema em sairmos essa noite?

-Paula."


Claro que não teria, então retornei a mensagem confirmando. Paula da loja de Tattoos. Pelo visto essa será uma noite diferente, mas nem tão diferente assim.

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