terça-feira, 26 de abril de 2011

Nota por Johnny M.


Vim comunicar que não venho escrevendo esse último mês não só pela falta de inspiração, e de acontecimentos. Nesse meio tempo me aconteceram algumas situações que me deixaram estressado pra caralho, além do fato de que fiquei sem condições para escrever, mas posso tentar resumir rapidamente o que vem acontecendo nas últimas semanas:

Por ora estou tocando só para mim. Ocorreram alguns problemas no último show que fizemos, acabei ficando muito chapado, esqueci parte das músicas, chutei alguns fios que desligaram minha guitarra, e cai algumas vezes. A banda alegou que eu estava muito "Rock 'n' Roll" para a banda, e que não estava levando a serio. Me Chutaram da banda.

Fica cada vez mais difícil não pensar na Sophia, mesmo sem ter tanto contado.

Continuo sem inspiração — para que entenda melhor a gravidade dessa citação: a coisa mais inteligente que conseguir fazer nos últimos dias foi um cubo tridimensional.

Tudo isso além de um problema que veio a acontecer com Paula, que bem… Prefiro deixar ela de lado nessas histórias, e peço para que ela não apareça novamente nas minhas histórias.

Ando com muita vontade de pegar a estrada por algum tempo, não sei. Essa cidadezinha às vezes me parece que já deu o que tinha de dá, ela e as pessoas de princípios falhos que infelizmente são maioria por aqui.


sexta-feira, 4 de março de 2011

Como a ultima que conheci.

Aconteceu o que vinha ah muito evitando, mesmo passando varias noites casuais com varias mulheres, só fazia isso por ter certeza do não-sentimento na relação. Mas aconteceu novamente, da forma com que não dá para voltar atrás


Estava estacionando meu 964 na loja de bebidas que tem perto de minha casa quando percebi que as pessoas que estavam no carro ao lado olhavam para mim - ou pro meu carro, o que eu achei mais provável — então sai do conversível e fui em direção a porta da loja de bebidas, a fim de renovar meu estoque de gin e cachaça brasileira que havia acabado na ultima vez que uma das minhas amigas foi me fazer uma visita e acabou dormindo comigo. Então antes que eu pudesse chegar perto da porta principal, escuto alguém chamar, mais ou menos da direção de onde estacionará meu carro.


— John! Agora é assim que você trata suas amigas?


Quando olhei, a amiga causadora de ter de reabastecer minhas bebidas se encontrava fora do carro que estava estacionado do lado do meu, caminhando em minha direção, falando alto, abrindo os braços para que abraçasse, e eu o fiz.


— O que faz por aqui tão cedo John? seu alcoólatra! Só assim pra você acordar cedo.

— Nada demais, só vim repor o álcool você queimou feito motor de carro norte-americano nos anos 50. E você está fazendo o que sozinha pela área?

— Só assim pra você acordar cedo desse jeito. ah nada, uma amiga minha quer fazer uma festinha, sabe, viemos comprar algumas coisas e já estamos voltando pra casa dela.

E ela apontou para o carro, como se fosse combinado para que sua amiga saísse ao comando. e a amiga saiu. Branca, cabelos mais do que dourado, ofuscando de leve o brilho do sol, alta, veio jogando o cabelo para traz, talvez na esperança de arruma-lo, e ajeitando os óculos escuros aviador. Enquanto chegava mais perto de onde nós estávamos, ela tirou os óculos escuros, com os olhos semicerrados por causa do sol de uma hora da tarde, continuou chegando perto, a medida com que se acostumava com a luz. E então percebi seus olhos, e que olhos. Eram como uma luta entre um tom de cinza esverdeado querendo quebrar o azul que mesmo assim predominava em seus olhos.


Há muito não havia acontecido isso comigo, esse interesse repentino por alguém que ainda não conhecia. Na verdade desde minha ex. que me trocou por um cara qualquer que, ao contrário de mim, escondia a maioria das verdades que pensava, o que torna qualquer relacionamento mais confortável, não verdadeiro. E eu ali parado, depois de tanto tempo, vendo uma sena que já sabia aonde, provavelmente iria parar.


— John... Essa é a minha amiga que eu te falei, Sophia.

— Ótimo, um belo nome se quer saber - cumprimentei-a apertando sua mão - só espero que você não tenha aspiração a biscate como a ultima Sophia que conheci.


Por incrível que pareça, essa Sophia riu, se divertindo com o que havia falado.


— Sophia, não leve tão a sério as coisas que o John fala. - e então virou pra mim, me lançando um olhar de desapontamento que fez murchar meus testículos - Johnny, Ainda com esse rancor por sua ex?

— Claro que não, de qualquer forma, pelo visto foi melhor pra ela.

— Que tal chamar o Sr. Moody para nossa festinha, ele poderia rever os conceitos dele sobre Sophias


Disse a Sophia que ignorará meu comentário sem levar para o lado pessoal, rindo, se divertindo com a situação.


— Claro, porque não? Será bom para o velho Johnny sair no sol, tirar esse cheiro de guardado.

— Por que não?

— Então — a loira, Sophia, pegou minha mão e tirou uma caneta da bolsa e escreveu um telefone, uma data, e uma hora. — Esse é meu telefone, me ligue na data e nessa hora, que explicaremos como chegar aonde estivermos.


E então piscou o olho esquerdo, enquanto recolocava os óculos e voltava ao carro. Concordei balançando a cabeça meio aleatoriamente. Então minha amiga a seguiu acenando de longe enquanto entrava em seu carro. Ainda estava desnorteado com aquela Sophia, que de repente, me inspirava de várias maneiras diferentes.


Comprei minhas bebias e fui até o caixa, então meu celular dá um bip. O pego, e vejo. Uma mensagem recebida.


" Johnny,

Algum problema em sairmos essa noite?

-Paula."


Claro que não teria, então retornei a mensagem confirmando. Paula da loja de Tattoos. Pelo visto essa será uma noite diferente, mas nem tão diferente assim.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Anti-Herói.


Todos criticam meu modo de vida. Talvez porque eles não terem a liberdade que eu tenho como escritor, sem horários, sem patrão dando ordens, sem limites para diversão. Posso acordar hoje, a fim de pegar meu carro e me mandar por dias em qualquer lugar, conhecido ou não. Posso achar que ainda não é hora de dormir, e sair para o velho pub de sempre, tomar algumas doses, e acabar pagando uma bebida para alguma mulher, conversarmos, e virmos para minha casa, onde a maior parte do tempo o silêncio, a solidão e a nostalgia são fatores predominantes. Mas ignoro esse fato, assim bagunçamos toda a casa. Garrafa vazia pelo chão, ponta de cigarros nas taças de vinho, o toca disco no centro da sala, discos espalhados pelo tapete se misturando com nossas roupas. Tudo isso em plena madrugada de terça-feira, o que definitivamente o subconsciente de vocês que trabalham em um escritório não deixaria vocês fazer.

Na quarta-feira, no começo da tarde acordo deitado no chão da sala -- sem saber ao certo como acabei dormindo ali -- meio tonto pelo álcool que ainda corre a mil nas minhas veias, levanto e vou até a cozinha, me sirvo outra doze de whisky, e percebo minha guitarra no chão. A pego, toco algumas notas embriagadas e a coloco no lugar certo. Junto meus CDs e os guardo no lugar de sempre, volto para meu notebook e tento escrever algo -- Ultimamente sem sucesso -- E então procuro minha calça, meus óculos escuros e minha camisa preta, Ponho meus coturnos e volto novamente pro meu Porsche.

Alguns dizem que levo minha vida como se fosse um filme, uma história onde sou o Anti-Herói. Mas não vejo dessa forma.

Nos filmes, por mais que os personagens caiam, eles sempre sobem relativamente proporcional a queda, o que eu não sinto acontecer comigo. Estou numa crise criativa, não escrevo nada decente a alguns anos, Fui largado pela minha namorada, entre outras coisas. Não sou tão ingênuo de achar que a minha vida é um filme. E provavelmente quem disse isso devia está mais chapado que eu no momento.

Johnny Moody,
Madrugada de Quinta-Feira. 24/02/11

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Apenas um começo.

Hilário o que o tempo faz com as pessoas. Eu estava andando com meu Porsche 964, me distraindo, tentando encontrar inspiração para escrever, que a muito eu perdi. Então eu paro num sinal, ajeito meus óculos escuros e o espelho, havia um Hummer logo atrás do meu velho Porsche, e vinha uma movimentação meio estranha do motorista do tal carro.


O vidro do Hummer estava refletindo a luz do sol, então forcei um pouco a vista para entender que movimentação era aquela. O motorista, de jaqueta Jeans com as mangas rasgadas e uma camisa branca por dentro fazia provocações a mim.

Sai do carro, dei o último trago no cigarro e o joguei no Hummer do tal cara, e bati na janela na sequência pedindo uma explicação, e algumas palavras saíram dali de dentro enquanto a janela baixava.

Joh Johnny, ainda insiste em dirigir essa lata velha?

O motorista desse carro modesto era um velho amigo da escola, Fred, que está a caminho de se tornar um ícone do rock contemporâneo, mas isso no sentido histórico, porque ele já vive uma vida de lenda do rock, que era o que realmente importa para ele.

Paramos para conversar e ele me falou que estava indo uma "festinha" particular que ele ia fazer em uma de sua casa, e reconhecera o carro que eu havia ganho logo ao terminar os estudos. E me intimou ah ir com ele para essa tal "festinha".

Segui o seu carro até um estúdio de tatuagens, onde ele desceu com mais 1 amigo e mais 3 mulheres do carro. Sai do meu, e fui ao encontro deles. Fred estava indo remarcar uma tatuagem que tinha marcado para quede fim de tarde, mas como não poderia ir pois tinha uma festa que já estava acontecendo em sua casa.

Quando entramos no estúdio, havia algumas pessoas olhando revistas, tentando escolher seus desenhos, o doce som da máquina de tatuar, e percebo uma recepcionista sentada, organizando uns papéis, bonita, magra e seios fartos, cabelo escuro caído meio ondulado, levantou o rosto e olhou para mim.

Antes do sorriso percebi um piercing no canto do lábio superior, estilo Winehouse, e então veio o sorriso e algo que me assustou no momento.

Johnny! — Falou ela com muito entusiasmo. Percebeu minha cara de espanto e continuou — Você não me conhece, mas eu conheço você. Prazer, me chamam de Paula.

Continuei achando suspeito a forma com que ela me tratava… na verdade, não era eu quem tinha ido até o estúdio, e sim o Fred, mas ela me atendia como se fosse eu quem realmente precisasse atender.

Ela me mostrou fotos, falou de uma possível tatuagem que ela estava com vontade de fazer, mas que faria só prós próximos meses, disse que minha pele era perfeita para tatuar, por ser branca, perguntou se eu não queria fazer um acordo com os tatuadores e fechar um braço de graça. Então falei que ia pensar na proposta, e perguntei se ela tinha piercing só no lábio, ela disse que não, levantou o cabelo e mostrou as orelhas, e disse que tinha no umbigo e no peito.

Fred a interrompeu, perguntando algo sobre a tattoo que ele havia marcado, e sobre uns piercing. E então distraiu a atenção que insistia em manter em mim, então dei uma olhada na loja. Fred se despediu de todos da loja e foi em direção a saída com o amigo e as 3 mulheres, eles saíra, e eu já estava perto da porta, quando decidi voltar. Pus a mão no bolso e tirei meu cartão e entreguei a Paula, a balconista, e disse para ela me ligar qualquer coisa.

Segui o Hummer dele novamente até fora da estrada, onde entramos mais a fundo, até chegar a casa.

Entrando, já dava para ver um DJ jogando altos sons frenéticos, umas garotas com os quadris seguindo a batida, outras na piscina. Ali, poucos homens por onde minha vista passava, coqueteleiras giravam no ar, e aquela velha fumaça suspeita no ar, daquela boa e velha erva.

Enquanto passava o olho na galera, duas mulheres me chamaram atenção, que já não era de hoje. Uma, morena branca com o braço fechado, e a outra sempre pintava o cabelo de cores fora do normal, e agora era em parte curto, em parte grande, numa mistura de branco e um leve lilás, o problema é que desde a época do colégio, todos sempre diziam que elas e seus namorados terminariam se casando, mas a de cabelo curto e branco — Que se chamava Flávia — estava desacompanhada, então fui ao seu encontro.

Não esperava que ela me recebesse dessa maneira, mas ela segurou a conversa, que durou um bom tempo, falamos sobre muitas coisas, inclusive sobre seu namorado — Na época, ele era aquele cara mal, todos evitavam brigas com ele, talvez pelo fato de ser grande —. Ela contou que terminará com ele ah exatamente um mês, e que ele também havia sido chamado para aquela festa, e que devia estar a caminho.

Ela falou sobre seus casos com meninas, e que dali por diante, só iria se interessar por mulheres, que no fundo, a satisfaziam melhor do que os homens. Citei que ela talvez não tivesse encontrado o cara certo, ela pareceu querer contestar minha citação, que infelizmente foi muito clichê — e uma coisa que nunca fui adepto, são coisas clichês — e então completei dizendo que a maioria das mulheres não conseguem se satisfazer com os homens porque não conseguem relaxar o quanto é preciso, pois no sexo, quando não se relaxa, ou quando ah algo na mente que impeça que um dos dois relaxe o máximo possível, não da certo; e a maioria das mulheres falham nesse ponto com a desculpa de tentar satisfazer o outro, entre outras desculpas por não conseguirem relaxar. Ela concordou comigo em relação a isso, mas disse manter sua idéia quanto a preferência em mulheres.

Nos separamos casualmente em direções diferentes, eu para os destilados, e ela para o lado das outras mulheres. "Com que intenção ela está indo falar com as outras mulheres?" Fiquei pensando, mas me deixei esse pensamento escapar quando o Fred veio com mais um outro cara que o rosto não me é estranho, deveria ser um dos amigos do Fred na escola, eles me pegaram pelas pernas e me arrastaram para piscina, molhando meu celular e minha última carteira de cigarros.

Sai da piscina com meu Jeans e meus coturnos ensopados, assim como a velha camisa preta de botões e manga cumprida. E fui procurar uma toalha. Antes disso passei no bar e peguei mais duas doses, percebendo que começavam a fazer efeito, fui a procura de uma toalha, enquanto, com sucesso, acendo um cigarro molhado da minha carteira.

Entro em um dos quartos decidido a ir embora dali para outro lugar, qualquer lugar, e vejo a Flávia sozinha no mesmo quarto, mas vou ao que importa, tiro minha camisa e meus coturnos ensopados, e pego uma das toalhas a fim de me secar, beber o quanto meu subconsciente mandasse e ir embora na sequência. Percebi ela chegando perto.

— Tensa essa situação com seu ex por aqui.

— Nada… Dessa vez foi definitivo, não volto mais com ele, não tem nada que me faça fazer isso.

Fiz uma cara de quem duvidava, pelo que já havia acontecido antes.

— Mas dessa vez é definitivo, tudo bem que é a terceira vez que eu termino com ele, mas digo com certeza que dessa vez é definitivo.

— Como quando terminou da segunda você me confirmou que não voltaria. Mas espero que faça o que for melhor para você.

Ela concordou com a cabeça. E chegou mais perto colocando outro cigarro na minha boca e acendendo com o dela, se mantendo na proximidade de quem ascende o cigarro do outro daquela forma.

— Estou indo para casa, tenho um livro terminar, que eu ainda nem comecei. e como você sabe, agora eu sou um escritor, que não está conseguindo escrever no momento… mas é só um bloqueio do momento, assim espero.

Ohh… não vá não… Fred sempre libera o pessoal a dormir por aqui, mas ninguém vai dormir, só eu, o Fred e a namorada, e mais um casal… fique por aqui, não queria dormir aqui só…

Puta merda, se não fosse o ex dela, que continua sendo grande, e mal, eu ficaria ali aproveitando a noite de todas maneiras possíveis só com ela… mas alem do ex dela está lá, ele sempre foi gente boa comigo, mesmo eu sabendo que ele não é o tipo de cara que se deva confiar.

Dei umas desculpas para ela, convencendo-a de que eu realmente deveria ir embora. Ela concordou e pediu meu número. Falei meu numero, ela repetiu o numero e disse que lembraria.

Então vesti minha camisa úmida e coloquei meus coturnos, e fui pro meu carro. Mas antes disso passei na mesa no meio da sala principal da casa, onde havia um acumulado de pó, que todos chegavam e se serviam, fui me servi daquele pó e fui dirigir sem rumo por ai, com Portishead tocando no rádio, as luzes da noite brilhando sobre minha cabeça, refletindo sobre a vida meio sem rumo que eu ando levando, entre outras coisas…

Mesmo assim não me deixo abalar, não profundamente… mas continuo nessa vida sem rumo… tentando identificar um, não um fácil, nem um difícil. Mas um que realmente tenha um realmente para mim…


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Blog nº 1: Johnny odeia vocês

Algumas coisas que aprendi nessa vida louca:
  1. Acordar com uma pessoa estranha é melhor do que passar uma noite sozinho. Por mais que você termine só com uma camisa suja de batom, o leve aroma de perfume pelo ar e umas garrafas de bebida pelo chão. Definitivamente acordar com uma pessoa estranha é melhor do que uma noite sozinho. Fica a dica.
  2. Não vou entrar para história, mas vou entrar na sua irmã [se você não tem irmã, considere sua namorada.]
  3. Não importa o quão idiota você seja com as mulheres, isso vai acabar as atraindo mais e mais. Não estou falando em ser idiota propositadamente, mas as vezes estamos pouco se fudendo com as coisas, que agimos de tal maneira da qual semos idiota, e até onde eu vi, isso acaba causando uma certa atração bizarra da parte delas.
Mas a grande pergunta é:
Porque que esse pais está querendo acabar com suas mulheres?